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sexta-feira, junho 18, 2004

Esta janela reflecte nos seus vidros
Quem passa, mas não só as imagens,
Prefere, aliás o que se esconde por detrás das imagens…
Gosta de retratar silêncios, expressões enigmáticas,
Absorver emoções, sensações, sentimentos.
Olha o Mundo e procura fazer parte dele,
Achar a beleza, vislumbrar o mistério, mas não descobri-lo.
Fixar um norte e descobrir que as bússolas nunca estão certas…
Sentir o vento lá fora, trazendo notícias e
Soproando-as aos ouvidos de quem as conseguem ouvir.

Raramente, as persianas estão fechadas e
Só estão fechadas porque os vidros têm medo.
Aí gostam de pensar que fazem parte de um cofre forte,
Que guarda um grande tesouro…
Não percebem que riqueza está em serem aqueles vidros
Que tudo reflectem,
Que só sem persianas, surge luz para iluminar
Quem passa, fazendo ficar quem passa…
O medo que não gostem da luz,
Faz com que a janela se cobra com cortinas pretas.

As fantasias pairam, mas sonhar dói…
Dói pela possibilidade de não existirem,
Pela possibilidade de serem pó a cobrir a vidraça,
Os sonhos, que transformam a janela, em porta principal.