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sábado, setembro 23, 2006

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sexta-feira, agosto 11, 2006

este blog está a chegar ao fim da sua vida. estou a prestar-lhe os cuidados paliativos, a ajudá-lo a perceber o sentido da sua existência.

"olá, borboleta.
queres contar-nos como foi a tua vida? como passaste de lagarta a crisálida? como aprendeste a voar? queres contar-nos como se derramam esses pózinhos das tuas asas? queres dizer-nos por onde passaste, as coisas que viste e aquilo que preferiste não ver?"
Inês, the steamed cauliflower
Pois, eu quis contar-vos um pouco sobre mim.
durante o tempo em que o fiz, algumas metamorfoses ocorreram. não sei se passei de lagarta a crisálida, se aconteceu o inverso .
não sei bem o que aprendi. (re)descobri-me, por me dar e por me receber em todas pessoas que fizeram parte dos meus dias.
passei por muita gente, através da qual viajei.
reconheci-me nos seus traços, tentei fugir dos seus (e também meus!) defeitos, deixei-me pousar nas suas qualidades.
não fiz este blog para mim. fi-lo por mim.
ele é um reflexo de mim, não tanto do meu percurso. ele é o reflexo do desejo (necessidade?) de partilhar.
foi muito importante partilhar esta tralha que me povoa os recantos do ser.
agora não o vou apagar. nem vou deixar de ser quem sou.
não é isso que está em causa.
o meu passado faz parte da minha identidade. não vou evitar-me.
creio que o que mudou é que quero partilhar coisas diferentes ou expressar as mesmas de uma outra forma. provavelmente terei uma nova morada online.
não sei, ainda, e vou dar-me tempo para decidir.
este é o penúltimo post, então... o próximo deve revelar a sentença de uma reflexão, que espero, pacífica.
gostei muito de vos ter perto de mim. não importa se comentaram, se me falaram daquele ou doutro post. não importa.
foi bom o suficiente poder construir-me através da expressão do pensamento e da emoção. foi esplenderoso ver-me compreendida nos meus devaneios, ânsias e medos latentes. ou como lhes chamei (sempre eufemística): castelos no ar.
a minha gratitude é infindável

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quinta-feira, junho 29, 2006

Restos mortais de uma borboleta

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sexta-feira, junho 23, 2006

ontem aprendi que...

Aristósteles definiu a alma racional no coração e não no cérebro como pensavam os anteriores filósofos.
Por isso é que alguém tem bom coração e não uma bela área pré frontal*...

*área cerebral onde residem os conceitos de ética e moral.

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segunda-feira, junho 05, 2006

Ante o frio,
faz com o coração
o contrário do que fazes com o corpo:
despe-o.
Quanto mais nu, mais ele encontrará
o único agasalho possível
- um outro coração.

Conselho do avô (de Mia Couto)

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domingo, junho 04, 2006

No Natal, a Delta criou pacotes de açúcar maravilhosamente poéticos. Este tocou-nos (a mim e ao blog) em especial:
(a frase aí escrita: "Continuo nas nuvens. Vem comigo. Sonha o que quiseres, sonhos grandes como tu.")

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domingo, maio 14, 2006

Jardim Botânico (fotos minhas, Abril 2006)

  • "Do Sul, do Leste, do Oeste, do Norte
  • convergem os caminhos que me trouxeram
  • ao meu secreto centro.

Esses caminhos foram ecos e passos,
mulheres, homens, agonias, ressurreições,
dias e noites,
entressonhos e sonhos,
cada ínfimo instante do ontem
e dos ontens do mundo,
a firme espada do dinamarquês e a lua do persa,
os actos dos mortos,
o compartilhado amor, as palavras,
Emerson e a neve e tantas coisas.

Agora posso esquecê-las. Chego a meu centro,
a minha álgebra e minha chave, a meu espelho.
Brevemente saberei quem sou."
Jorge Luís Borges, in Elogio da sombra

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sábado, abril 29, 2006

Hospital do ursinho I
(projecto do NEM com o objectivo de melhorar a relação das crianças com a bata branca)

- Sabes o que ele tem, não sabes? - disse-me uma menina exibindo-me o seu patinho de peluche que carregava um ovo da Páscoa.
- Não, querida, não sei. - respondo.
- Tem gripe das aves!- esclarece-me com uma face com expressão séria.
- Vamos lá separá-lo dos outros peluchinhos.


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quinta-feira, abril 27, 2006

" E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente.
Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram.

Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."
Miguel Sousa Tavares, depois da morte de sua mãe Sophia

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segunda-feira, abril 17, 2006

O problema da morte é um falso problema?

José Eduardo Pinto da Costa (médico legista) disse:
Sim e esconde o Âmago da questão: o amor. Quem ama Cristo segue-lhe incondicionalmente os passos, como meta existencial. O homem que ama uma mulher salta por cimas de tudo, joga fora grandes valores em favor da amada. Não é justo nem injusto. É superior.

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Páscoa na aldeia

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domingo, abril 09, 2006

a deliciosa desarrumação de um escritório
Uma das minhas lembranças de infância mais tranquila é o prazer que tinha ao observar o escritório do meu tio Fernando.
Os meus olhos fixavam-se numa colecção de livros invejável, que se apresentavam verticais numas estantes que preenchiam as paredes, agrupados por várias colecções. Estavam lá todos: os clássicos da literatura, os livros RTP (com aquelas bolinhas na lombada e os títulos mais surpreendentes, desde "O médico em casa" a "Ver televisão a cores"), as enciclopédias e dicionários, os atlas, os livros de viagens. Ao descrever ainda consigo sentir o cheiro, um cheiro que hoje procuro em todos os livros.
Depois, a secretária, impecávelmente desarrumada, com uma revista ou jornal abertos, com post-it antigos (daqueles que não eram fluorescentes, não colavam e não eram caros) cheios de notas de ideias frescas, contactos ou compromissos. Ao lado, um computador, que substituíra a máquina de escrever e era substuído consoante a tecnologia (o meu tio, apesar dos cabelos brancos, é um modernaço).
À frente da secretária os sofás verde musgo com uma pequenina mesa à anos 70, com rodinhas, branca e cor de laranja, de material parecido com plástico com três sítios para pôr as garrafas, sempre vazios. A luz entrava por duas portas, cujos estores tinham um coração cavado na madeira verde que os constituía, que a irmã sempre associou aos contos de fadas (talvez por causa da casinha de chocolate).
Por fim, na parede, junto à porta, estava um cartaz que nunca mais esqueci. Mesmo antes de lhe compreender o significado, percebia naquelas manchas de cor, algo a que não conseguia ficar indiferente.

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sábado, abril 08, 2006

"O Tempo é o nosso próximo desafio fotográfico, e com ele, o 04 Concurso de Fotografia CAIS pretende sobretudo duas coisas. Por um lado, desmascará-lo, tal como este se espelha e espraia na dimensão espacial das coisas, e por outro denunciar as questões que se prendem com a longevidade, numa afirmação positiva e digna da vida, em qualquer idade."

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domingo, abril 02, 2006

O sol nasceu,
Como está lindo o céu!
Cá vou,
Vem tu daí também!
Aprender como se vai
Até à Rua Sésamo.
Vem brincar,
Traz um amigo teu
E ao chegar,
Tu vais puder também ensinar
como se vai até à Rua Sésamo.
Encontrei marcas dos anos '80, tudo no site mistério juvenil.
Há a possibilidade de comprar algumas coisas da altura, ver anúncios publicitários, ver o Vitinho, participar em fórums sobre os desenhos animados dessas altura, etc.
Que saudades!

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sábado, abril 01, 2006

No ano em que nasci... é o título do livro que a minha mãe tinha para me oferecer no Natal. Esqueceu-se e hoje encontrou-o num canto onde repousava, escondido não se sabe de quem.
Portanto, hoje tive uma prenda. E das minhas preferidas.
Uma prenda fora do prazo...

Como já sábia, '86 foi um ano em que as pessoas se vestiam mal (fluorescentes, licras, dourados e afins), usavam umas permanentes lamentáveis, no top musical podia ouvir-se o "say you, say me" do Lionel Richie (e lamechices semlhantes) e houve uma má colheita de vinho (pelo menos em quantidade, nunca encontrei uma só garrafa...).


Hoje descobri que foi também o ano em que:

  • morreu Simone de Beauvoir, Samora Machel e Jorge Luís Borges.
  • houve mais rádios piratas.
  • se identificou o HIV.
  • houve um atentado falhado contra o Presidente Pinochet.
  • em Portugal, se fizeram os primeiros transplantes cardíacos e nasceu o primeiro bebé proveta.
  • se deu o prémio nobel para os inventores do Microscópio Electrónico e à descoberta dos Factores de crescimento hematopoiéticos.
  • (a partir do qual) todos devíamos ficar na escola, pelo menos, 9 anitos.
  • a Argentina foi campeã mundial de futebol.
  • a Coca-Cola diet (ainda não light) chegou a Portugal.
  • se descobriu o buraco da camada de Ozono.
  • a Rosa Mota ganhou uma maratona em Tóquio e o Mike Tyson se tornou campeão de pesos-pesados.
  • e se deu a tragédia de Chernobyl
Para terminar, tenho de mencionar as pessoas maravilhosas que nasceram neste ano e que tenho o privilégio de conhecer e/ou "fazer amizade com".
Uma actualização deste livro terá muitos desses nomes.
Aos que não fizerem História, tenham a certeza que mudaram a História de muitas vidas.
E a vocês, este post.
P.S. - É tudo verdade! Gosto também das "mentirinhas" fora do prazo, sem dia marcado...

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sexta-feira, março 31, 2006

(MJoão)
"Acontece que me canso dos meus pés e das minhas unhas,
do meu cabelo e até da minha sombra.
Acontece que me canso de ser Homem. "
Pablo Neruda