Há dias por falta de motivo para não estudar fui parar a uma telenovela da TVI.
A história e os diálogos fascinaram-me.
De um lado, estão os ambiciosos (logo desleais, gananciosos e frios, por consequência, óbvio) e do outro, os ingénuos, generosos e leais, que todas maldades e humilhações perdoam.
As miúdas más têm sempre um ar afectado, são pouco sociáveis e discutem muito com os pais. As miúdas boas são ternurentas, populares e têm um namorado. Este namorado é roubado por uma miúda má e no fim da história devolvido pelo autor da novela.
É óbvio que o rapaz não tem qualquer responsabilidade sobre o facto, o coitadinho não tem consciência ética (ou cérebro!). A miúda oferece sexo e ele é usado, o pobre… É algo frequente as miúdas boas passarem a vida em festas, estudarem na véspera dos testes, mas no entanto, arranjarem à última da hora uma qualquer maneira de irem para medicina…
Depois existem os esotéricos que sabem e prevêem tudo, o pobre honesto e o desonesto, o rico raras vezes generoso (apenas pode ter o estatuto de “justo”). Existe, também, o galã solitário, que tem várias mulheres a concorrerem por ele e o galã Don Juan, cujo destino é apaixonar-se por uma só mulher para o resto da vida.
As minorias não são representadas, não há (por ex.) gays ou negros, ou quando existem são apenas os gays ou os negros (pessoas assim não têm história de vida, toda a gente sabe…).
Mas como é óbvio, eu não estou a dizer que isto está errado. Aliás, estão ali grandes lições de vida. E de facto, ou as pessoas são boas ou são más… não?
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