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terça-feira, setembro 27, 2005

O Silêncio

Quando a ternura
parece do seu ofício fatigada,

E o sono, a mais incerta barca,
inda demora,

Quando azuis irrompem
os teus olhos

e procuram
nos meus navegação segura,

é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,

pelo silêncio fascinadas.

Eugénio de Andrade, Poesia