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sábado, janeiro 14, 2006

E quando não tenho nada para te dar,
nenhuma palavra tranquilizadora
nenhuma graça para te fazer sorrir
nenhum elogio para ser gentilmente aceite
nenhuma mágoa para desabafar contigo
nenhuma descoberta para te revelar
nenhum "buuu" para te causar supresa
nenhum segredo para partilhar
nenhuma característica de outrém para caricaturar
nada a dizer.

Nesse momento, surge o silêncio,
o silêncio que nos esclarece o que nós somos
Nesse momento, podemos
Desviar o olhar
Entender os braços um para o outro
Mostrar os dentes num sorriso
Esboçar um "olá" ou "adeus" contido entre os lábios
Gritar a alegria do reencontro
Fazer mmhmmm ao "tudo bem?"

Posso fugir de ti, para não me reencontrar, a mim em ti...


E é nesse silêncio que sei quem sou em ti e quem és tu em mim.
É aí que conheço a nossa condição humana.