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domingo, outubro 30, 2005

"Diga a Fernando Pessoa que não tenha razão. Porque só há duas maneiras de se ter razão. Uma é calar-se, que é o que convém aos outros. A outra é contradizer-se, mas só alguém de mais idade a pode cometer."
(Álvaro de Campos escreve à Contemporânea)
Fernando Pessoa citado por João Bémard da Costa, num artigo do Público de hoje que vale a pena ler

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quinta-feira, outubro 27, 2005

Já repeti 20 vezes “tem calma” com esperança que as tuas mãos deixassem de tremer.
Ansiei essas mesmas vezes que tudo passasse sem deixar a tatuagem negra da dor contida…
Parece que ainda vejo nos teus olhos os milhões de lágrimas que não choraste.

Todo o meu medo de sofrer veio bater-me à porta, a tua dor chamou-o. O meu medo lembrou-me que há dias cinzentos. Dias cinzentos sem chuva, apenas repletos de ameaça! E o alívio que não seria ver a chuva cair, ouvir o ritmo das gotas e sentir o coração a ter menos pressa de se contrair.
A impotência é estar aqui e não saber. Não saber usar o silêncio. Não saber não sofrer. Não saber quando agir. Não saber quando usar a sinceridade.

Mas afinal que raio ando a fazer? Porque não sei as coisas realmente importantes?

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Hoje lembrei-me da simplicidade com que em criança pensava nos mistérios do dia-a-dia.
Como quando admirava:
- a grande parede que oferecia dinheiro a quem carregava nos botões,
- a luz que se desligava sozinha no frigorífico,
- as cartas que voavam para dentro do buraco na parede,
- os asteriscos "especiais" das passwords e assim tentava abrir documeentos fazendo variar o nº de ** (até perceber que os caracteres também eram asteriscos...)

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quarta-feira, outubro 05, 2005

Adeus

A morte dele separa-nos. A minha morte não nos voltará a unir. As coisas são simplesmente assim. Foi já suficientemente bom que a vida nos tenha dado tantas oportunidades de acordar um para o outro!
Simone de Beauvoir, dedicado a Jean Paul Sartre