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quinta-feira, agosto 25, 2005

Há dias uma amiga dizia: “Ai se nós soubéssemos 1/10 dos bastidores do mundo do espectáculo…" A minha resposta automática, mas fruto de uma daquelas verdades interiores incontestáveis sobre as quais não reflectimos, foi: “E se nós soubéssemos a vida das pessoas que conhecemos, o que não descobriríamos?”.

Vulgarmente, olho para uma pessoas e penso: “Tu tens um segredo”, mas nunca peço que mo conte. Limito-me a observar, e assim, num jogo de sombras, vou percebendo a forma do segredo.
Esta forma, que tento captar, não é propriamente um meio de satisfazer a curiosidade (pelo menos à partida), mais do que isso, é uma forma de compreensão e tolerância.
Quando não conheço uma pessoa, tento desenhar imediatamente uma sombra abstracta, que me ajude lidar com palavras indelicadas ou gestos agressivos…
Ao longo do tempo vai dando-se outro diálogo.
O outro diálogo, o diálogo que possibilita a amizade é, como a música, feito de notas e pausas. E tal como na música, a pausas são tão (ou mais) importantes que notas musicais.
Daí que os silêncios a dois sejam tão importantes: as palavras não são ditas, não lhes vemos as cores, mas percebemos-lhes a forma. Sim, essas palavras são também sombras.
As pessoas não se unem, verdadeiramente, baseadas em valores de superfície. Como diria Lavoisier, a matéria não se cria ou perde, mas a luz ou a sua ausência pode fundir-se, em todos os seus fotões ou vácuos. Eu acredito que são as sombras que permitem que duas vidas se cruzem e fundam.

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terça-feira, agosto 23, 2005

"A humildade e o homem têm a mesma raiz: humus, a terra.
Como uma esfera projectada num plano, os dois pólos tocam-se, o de cima vai para o de baixo e o de baixo vai para cima e encontram-se no centro.
É essa a dialéctica geral da humildade: o abaixamento é uma elevação. E reciprocamente..."
Erik Orsenna

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Procura-se um amigo
Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração.
Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa.
Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor...
Vinicius de Moraes
Parte das inspiradoras palavras do blog que, afinal, nos fala da condição humana.
(O poema está lá inteiro e integro...)
Os meus agradecimentos profundos àqueles, a quem, posso chamar AMIGO e têm a generosidade de retribuir.

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quinta-feira, agosto 18, 2005

"Kierkegaard falava de três tipos de peregrinos: o estético, ético e o religioso.
O estético parte para a peregrinação com o objectivo estético de passar um bom bocado desfrutando das belezas do caminho. O ético toma a peregrinação como um teste à sua resistência e trabalha arduamente para cumprir todas as exigências do caminho. Finalmente, o religioso, utiliza a peregrinação como uma forma de descoberta e construção pessoal. "
Oscar Gonçalves, Olá Mhm...Mhm...Adeus
Se a vida é a maior peregrinação, já pensaste que tipo de peregrino és tu?
O que procuras tu no caminho?

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quarta-feira, agosto 17, 2005

"quando não se é amado, não se é ninguém. E quando não se é ninguém, pode-se vir a ser seja quem for.
Os desgostos de amor são agências de viagens."
Grand Amour, Erik Orsenna
(ou são agências de viagens ou crises existenciais ou ambas...)

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quarta-feira, agosto 10, 2005

Graham Green e Hemingway deram-me ensinamentos de carácter puramente técnico. São valores de superfície, que sempre reconheci. Mas para mim, uma influência real e importante é a de um autor cuja leitura nos afecta em profundidade até ao ponto de modificar certas noções que temos do mundo e da vida.
Garcia Marquez em "O aroma da goiaba"

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sexta-feira, agosto 05, 2005

Sign on my door

Reflecting not about where are we from,
but about where are we going
On which ways to take
which words to shout/keep secret
And most of all,
which love to express

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terça-feira, agosto 02, 2005

o Post cortado
(por razões óbvias!)

Sem ti, encontro-me, aqui, a escrever frases feitas e a ver nelas algum sentido.

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A minha insatisfação constitui, em si, o meu maior descontentamento.