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sábado, abril 29, 2006

Hospital do ursinho I
(projecto do NEM com o objectivo de melhorar a relação das crianças com a bata branca)

- Sabes o que ele tem, não sabes? - disse-me uma menina exibindo-me o seu patinho de peluche que carregava um ovo da Páscoa.
- Não, querida, não sei. - respondo.
- Tem gripe das aves!- esclarece-me com uma face com expressão séria.
- Vamos lá separá-lo dos outros peluchinhos.


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quinta-feira, abril 27, 2006

" E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente.
Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram.

Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."
Miguel Sousa Tavares, depois da morte de sua mãe Sophia

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segunda-feira, abril 17, 2006

O problema da morte é um falso problema?

José Eduardo Pinto da Costa (médico legista) disse:
Sim e esconde o Âmago da questão: o amor. Quem ama Cristo segue-lhe incondicionalmente os passos, como meta existencial. O homem que ama uma mulher salta por cimas de tudo, joga fora grandes valores em favor da amada. Não é justo nem injusto. É superior.

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Páscoa na aldeia

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domingo, abril 09, 2006

a deliciosa desarrumação de um escritório
Uma das minhas lembranças de infância mais tranquila é o prazer que tinha ao observar o escritório do meu tio Fernando.
Os meus olhos fixavam-se numa colecção de livros invejável, que se apresentavam verticais numas estantes que preenchiam as paredes, agrupados por várias colecções. Estavam lá todos: os clássicos da literatura, os livros RTP (com aquelas bolinhas na lombada e os títulos mais surpreendentes, desde "O médico em casa" a "Ver televisão a cores"), as enciclopédias e dicionários, os atlas, os livros de viagens. Ao descrever ainda consigo sentir o cheiro, um cheiro que hoje procuro em todos os livros.
Depois, a secretária, impecávelmente desarrumada, com uma revista ou jornal abertos, com post-it antigos (daqueles que não eram fluorescentes, não colavam e não eram caros) cheios de notas de ideias frescas, contactos ou compromissos. Ao lado, um computador, que substituíra a máquina de escrever e era substuído consoante a tecnologia (o meu tio, apesar dos cabelos brancos, é um modernaço).
À frente da secretária os sofás verde musgo com uma pequenina mesa à anos 70, com rodinhas, branca e cor de laranja, de material parecido com plástico com três sítios para pôr as garrafas, sempre vazios. A luz entrava por duas portas, cujos estores tinham um coração cavado na madeira verde que os constituía, que a irmã sempre associou aos contos de fadas (talvez por causa da casinha de chocolate).
Por fim, na parede, junto à porta, estava um cartaz que nunca mais esqueci. Mesmo antes de lhe compreender o significado, percebia naquelas manchas de cor, algo a que não conseguia ficar indiferente.

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sábado, abril 08, 2006

"O Tempo é o nosso próximo desafio fotográfico, e com ele, o 04 Concurso de Fotografia CAIS pretende sobretudo duas coisas. Por um lado, desmascará-lo, tal como este se espelha e espraia na dimensão espacial das coisas, e por outro denunciar as questões que se prendem com a longevidade, numa afirmação positiva e digna da vida, em qualquer idade."

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domingo, abril 02, 2006

O sol nasceu,
Como está lindo o céu!
Cá vou,
Vem tu daí também!
Aprender como se vai
Até à Rua Sésamo.
Vem brincar,
Traz um amigo teu
E ao chegar,
Tu vais puder também ensinar
como se vai até à Rua Sésamo.
Encontrei marcas dos anos '80, tudo no site mistério juvenil.
Há a possibilidade de comprar algumas coisas da altura, ver anúncios publicitários, ver o Vitinho, participar em fórums sobre os desenhos animados dessas altura, etc.
Que saudades!

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sábado, abril 01, 2006

No ano em que nasci... é o título do livro que a minha mãe tinha para me oferecer no Natal. Esqueceu-se e hoje encontrou-o num canto onde repousava, escondido não se sabe de quem.
Portanto, hoje tive uma prenda. E das minhas preferidas.
Uma prenda fora do prazo...

Como já sábia, '86 foi um ano em que as pessoas se vestiam mal (fluorescentes, licras, dourados e afins), usavam umas permanentes lamentáveis, no top musical podia ouvir-se o "say you, say me" do Lionel Richie (e lamechices semlhantes) e houve uma má colheita de vinho (pelo menos em quantidade, nunca encontrei uma só garrafa...).


Hoje descobri que foi também o ano em que:

  • morreu Simone de Beauvoir, Samora Machel e Jorge Luís Borges.
  • houve mais rádios piratas.
  • se identificou o HIV.
  • houve um atentado falhado contra o Presidente Pinochet.
  • em Portugal, se fizeram os primeiros transplantes cardíacos e nasceu o primeiro bebé proveta.
  • se deu o prémio nobel para os inventores do Microscópio Electrónico e à descoberta dos Factores de crescimento hematopoiéticos.
  • (a partir do qual) todos devíamos ficar na escola, pelo menos, 9 anitos.
  • a Argentina foi campeã mundial de futebol.
  • a Coca-Cola diet (ainda não light) chegou a Portugal.
  • se descobriu o buraco da camada de Ozono.
  • a Rosa Mota ganhou uma maratona em Tóquio e o Mike Tyson se tornou campeão de pesos-pesados.
  • e se deu a tragédia de Chernobyl
Para terminar, tenho de mencionar as pessoas maravilhosas que nasceram neste ano e que tenho o privilégio de conhecer e/ou "fazer amizade com".
Uma actualização deste livro terá muitos desses nomes.
Aos que não fizerem História, tenham a certeza que mudaram a História de muitas vidas.
E a vocês, este post.
P.S. - É tudo verdade! Gosto também das "mentirinhas" fora do prazo, sem dia marcado...