|

segunda-feira, julho 25, 2005

Ás vezes, quando penso no facto de ter um blog, soa-me estranho. Acho que não me vejo a publicar na Internet coisas tão pessoais. E, no entanto, faço-o.

Sabe-me bem-estar ligada a rede de pessoas com ideias e falar sem rosto, sem um feedback imediato. De vez em quando, descubro mais tesouros, os mundos encantados ou a realidade esmagadora que todos partilhamos. Afinal, somos todos tão parecidos. Tão iguais. Desejamos compreensão e aceitação e à volta disto gira o mundo. Senão fosse assim porque guardaríamos segredos no fundo de nós? O post secret fala-nos disso mesmo, de guardar segredos.

Creio que se guardam segredos para que à superfície haja uma certa harmonia, para que sejamos compreendidos e aceites, antes de mais, por nós próprios.

|

domingo, julho 24, 2005

Como é bom ver e rever… O fabuloso destino de Amélie Poulain

Notícia no jornal, “Lady Di morreu”

- E logo uma princesa tão jovem e bonita… - comenta a dona do quiosque.
- Se fosse uma princesa velha e feia seria menos grave? – retorque Amélie.


"Sin toi les émotions d'aujourd'hui ne seraient que la peau morte des émotions d'autrefois."

|

sexta-feira, julho 22, 2005


Quando escrevemos, só temos 2 alternativas, ou imitamos o que se passa conosco ou fazemos exactamente o oposto. (Creio que é uma relação semelhante à existente entre pais e filhos...)

Por isso, a liberdade de alguém escreve não é total. Tal como a liberdade humana é também feita de “sins” e “nãos”.
A escrita é modulada, forçosamente, ao “eu” que escreve, naquele segundo em que a ideia aparece ou se corrigem as palavras anteriormente escritas. É claro que um escritor pode ter obras ímpares. O “eu” que escreve vai variando, como vai variando a nossa personalidade ou vivência, o que quer que lhe chamemos.

Há pouco tempo ouvi entrevista com o Pedro Paixão, em que dizia ter diferentes “eu”, sendo o que estava a dar a entrevista o pior – o “vaidoso”, o que quer vender livros e ter prestígio.

Foi curiosa a forma como descreveu o “eu” escritor, aquele que se interpõe entre ele e o Mundo e que em todos os momentos da sua vida reflecte sobre a forma de escrever o sentimento vivido. Refiriu-se a ele como uma espécie de véu que o aprisiona, pois não o deixa apreciar plenamente o mundo.

|

quarta-feira, julho 20, 2005

Há dias por falta de motivo para não estudar fui parar a uma telenovela da TVI.
A história e os diálogos fascinaram-me.


De um lado, estão os ambiciosos (logo desleais, gananciosos e frios, por consequência, óbvio) e do outro, os ingénuos, generosos e leais, que todas maldades e humilhações perdoam.
As miúdas más têm sempre um ar afectado, são pouco sociáveis e discutem muito com os pais. As miúdas boas são ternurentas, populares e têm um namorado. Este namorado é roubado por uma miúda má e no fim da história devolvido pelo autor da novela.
É óbvio que o rapaz não tem qualquer responsabilidade sobre o facto, o coitadinho não tem consciência ética (ou cérebro!). A miúda oferece sexo e ele é usado, o pobre…
É algo frequente as miúdas boas passarem a vida em festas, estudarem na véspera dos testes, mas no entanto, arranjarem à última da hora uma qualquer maneira de irem para medicina…
Depois existem os esotéricos que sabem e prevêem tudo, o pobre honesto e o desonesto, o rico raras vezes generoso (apenas pode ter o estatuto de “justo”). Existe, também, o galã solitário, que tem várias mulheres a concorrerem por ele e o galã Don Juan, cujo destino é apaixonar-se por uma só mulher para o resto da vida.
As minorias não são representadas, não há (por ex.) gays ou negros, ou quando existem são apenas os gays ou os negros (pessoas assim não têm história de vida, toda a gente sabe…).

Mas como é óbvio, eu não estou a dizer que isto está errado. Aliás, estão ali grandes lições de vida. E de facto, ou as pessoas são boas ou são más… não?

|

sábado, julho 09, 2005

Viagem de Comboio

Gosto de pessoas que olham pela janela durante a viagem.
Não gosto do betão (usado sem contemplações arquitectónicas) que peja a paisagem rural.
Não gosto do ar inquisitor do revisor.
Gosto do "clic" que se ouve quando o bilhete é obliterado.
Estranho o facto de ter uma pessoa desconhecida, a menos de meio metro de distância, estar a tentar dormir. Uma intimidade forçada.
Sinto-me a invadir um espaço alheio, num momento tão espontaneamente e inconscientemente privado...

|

quinta-feira, julho 07, 2005

Independente dos nossos percursos nunca mais te separarás de mim porque estás dentro de mim, nas mudanças que operaste.
Absorvi tanto daquilo que és, numa osmose inexplicável por todas as lei que aprendemos…

Mas afinal de que me serviria a aprendizagem do curso, senão fossem as pessoas, que como tu me ensinam a viver…